Mostrando postagens com marcador Administração Privada. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Administração Privada. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Luz e trevas nos centros de compras e no judiciário



Os rolezinhos entraram para a história das Manifestações no Brasil. Disto ninguém duvida.
Hoje, 31.01.2014, acontecerá o rolezinho no centro de compras Goiabeiras, marcado pela rede social Facebook, às 17 horas, em Cuiabá.
Em Cuiabá, quatro fatos chamaram atenção na questão dos rolezinhos.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Violência e medo nos centros de compras ("shoppings")


Violência e medo nos centros de compras ("shoppings") 


Com a entrada em ação dos rolezinhos nos centros de compras, muita gente - pobre, mediana e rica - ficou com muito medo. 

E não é para menos. A cada dia os centros de compras estão mais inseguros e perigosos. 


Juiz de Mato Grosso decide que "rolezinho" é legal e nega liminar para centro de compras

Em Cuiabá, o “rolezinho” está liberado. E não é uma liberação qualquer: é uma liberação judicial.

No dia 20 de janeiro de 2014, o juiz Yale Sabo Mendes, da 7ª vara cível de Cuiabá, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, negou liminar para o centro de compras Pantanal que queria impedir o “rolezinho” dentro do centro de compras.


Histórico do “rolezinho” em Cuiabá

No dia 28 de dezembro de 2013, aconteceu o primeiro “rolezinho” oficial em Cuiabá e foi justamente no centro de compras Pantanal.

O próximo “rolezinho” está marcado pelo Facebook para o dia 02 de fevereiro de 2014 e, até agora, a votação na rede social está indicando que será no centro de compras Goiabeiras. Ali, há tempos atrás, os seguranças do centro de compras assassinaram um pobre vendedor. Talvez a escolha do local do “rolezinho” se dê em razão do assassinato.

Temendo que outro “rolezinho” possa ocorrer dentro do Pantanal, os representantes do centro de compras entraram com pedido de liminar no judiciário estadual para impedir que os meninos e meninas da periferia não adentrassem no éden do consumo.


Mais ridículo que o pedido da liminar foi a argumentação “jurídica” do embasamento do pedido.

A ação proposta pelo centro de compras Pantanal é um Interdito Proibitório, figura do direito civil, onde a propriedade é mais divina do que Deus. Na ação, o centro de compras alega que os meninos e meninas da periferia teriam o objetivo de turbarem e esbulharem a posse da área de lazer do centro de compras.

Utilizaram a mesma figura jurídica quando os trabalhadores realizam greves, principalmente no caso do bancários, e ocupam as calçadas em frente aos bancos. Muitos juízes defensores do capital, decidem que há possibilidade do interdito proibitório. Utilizam uma figura do direito civil no lugar do direito do trabalho.


Uma decisão importante para a liberdade de expressão e o direito à manifestação

O juiz Yale Sabo Mendes não caiu na historinha do centro de compras e deu um chute no traseiro das pretensões do milionário centro de compras.

Em sua decisão o juiz declarou: “... na verdade não possuem o escopo de expropriação ou moléstia de posse, mas sim, a princípio cingem-se tão somente à uma reunião de determinado grupo de jovens que usualmente se relacionam pelas inúmeras redes sociais virtuais”.

E Yale dá um tapa na cara dos preconceituosos. Segundo o portal Midia Jur - www.midiajur.com.br que destacou trechos da decisão judicial, esses são alguns trechos da decisão:

“Ora, vivemos em um Estado Democrático de Direito, princípio adotado como fundamental da nossa sociedade, e que tem a particularidade de emprestar respeito às ações individuais e coletivas legítimas e de proteger toda e qualquer manifestação do pensamento que venha ser feita, porque, só assim, poderá ser assegurado o direito de igualdade, de ir e vir, dentre outros instituídos em nossa Carta Magna”

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

E o vencedor é ... FHC! Sobre mestres e discípulos.

FHC sempre foi um excelente estrategista.

Onze anos depois de sua saída do governo, continua seus discípulos sucessores a privatizar as rodovias, correios, ferrovias, portos, aeroportos, Petrobrás, pré-sal e o SUS. A educação privada continua a crescer como nunca. A saúde privada e os planos de doença privada estão bombando.

As parcerias público-privadas vão muito bem, obrigado. Nem o mestre conseguiu impor uma lei assim como a da parceria público-privada, mas o discípulo sucessor conseguiu. A lei da parceria público-privada garante o lucro ao parceiro privado. É o famoso contrato caracu, onde o Estado entra com a sílaba tônica e os parceiros privados entram com as duas primeiras sílabas acrescidos daquilo que espanta o vampiro.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Desqualifica Mato Grosso: projeto científico mato-grossense revoluciona a História

* Pedro Aparecido de Souza

O Governo do estado de Mato Grosso lançou um projeto inédito no mundo. O programa se chama Desqualifica Mato Grosso.

Tal projeto é inédito, pois ao que se saiba não existe nada parecido em qualquer país. O projeto aguarda a obtenção de patente e certamente o Governo do estado de Mato Grosso conseguirá, pois é tão inédito e tão difícil de elaborar que certamente ninguém conseguirá sequer copiar ou reproduzir o projeto. O custo do projeto é de mais de R$ 600.000,00, o que significa que cada obra-prima (apostila) custou mais de R$ 100,00. Estas apostilas são distribuídas gratuitamente para as pessoas para se desqualificarem para a Copa do Mundo de 2014 que acontecerá em Mato Grosso.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Os improváveis herdeiros de Margaret Thatcher e o leite derramado

* Pedro Aparecido de Souza

Margaret Thatcher morreu, mas deixou uma grande herança que afeta o mundo até hoje. A primeira e única primeira-ministra da Inglaterra exerceu o seu poder supremo de 1979 a 1990. Mas antes foi líder do Partido Conservador e também foi Ministra de Educação nos anos 1970 (1970 a 1974). Uma de suas proezas foi tirar o leite das crianças acima de sete anos que estudavam nas escolas inglesas, sem o menor constrangimento.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Servidor Público: muito além do nosso jardim

Servidor Público: muito além do nosso jardim
Uma homenagem aos Servidores Públicos

Artigo em forma de vídeo.

28 de Outubro de 2008





segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Servidor Público: muito além do nosso jardim.







Servidor Público: muito além do nosso jardim.

No Serviço Público estão as pessoas mais competentes do país. Qualquer um que entre, hoje, no Serviço Público através de concursos públicos, que vão de 500 a 5.000 candidatos por vaga, consegue, em pouco tempo resolver qualquer desafio que se apresente.

No Serviço Público estão as pessoas mais preparadas do país, os melhores quadros. É bom frisar: as melhores cabeças estão no Serviço Público.

E não nos chamem de “colaboradores”! Somos Trabalhadores. Não somos “colaboradores”, não somos “associados”. Somos Trabalhadores, com muito orgulho.

Assim como aquele que procura o Serviço Público não é aquela palavra horrorosa: “cliente”.

Quem utiliza o Serviço Público não é “cliente” e nem “usuário”. Quem utiliza o Serviço Público são pessoas. Cliente e usuário não são pessoas. Cliente é aquele que dá lucro. Usuário é aquele que usa. No Serviço Público não temos ninguém que usa. O Serviço Público é das pessoas e não para as pessoas. As pessoas são donas, e não usuárias do Serviço Público. É uma grande diferença.

E o que é ser Servidor Público?

Ser Servidor Público é resistir ao desmonte e privatização do Estado, dos Serviços Públicos. Cada vez mais será exigida uma carga horária maior, mesmo com a aceleração da informática, da nanotecnologia e da robótica. Porque tem que sobrar dinheiro no orçamento para dar aos banqueiros, pagamentos de juros e empreiteiras.

Ser Servidor Público é não aceitar a pessoalidade, o subjetivismo. É não ser egoísta, é ser solidário. Ser Servidor Público é recusar uma ordem ilegal. É zelar pela coisa dos outros e até esquecer das suas e da sua família.

Ser Servidor Público é ser um Trabalhador com mais responsabilidade que os outros, pois você tem compromisso com algo além do seu Trabalho. Você tem um compromisso com o destino das pessoas, com a vida das pessoas.

Ser Servidor Público é ter a certeza e consciência que o único lugar onde ainda há solidariedade e humanidade é no Serviço Público, apesar de todas as dificuldades. Nas empresas isto nunca existiu e nunca existirá.

Ser Servidor Público é saber que se trabalha para os mais pobres, para os excluídos, para os explorados, pois os outros não precisam do Estado. Pelo contrário, os ricos que não precisam do Estado são “usuários” do Serviço Público, pois se apropriam de algo que não lhes pertence, pois pertence ao coletivo.

Ser Servidor Público é saber que os milionários sempre se utilizaram do Estado como se fosse uma extensão do seu clube de campo, sempre explorando, sempre saqueando o Serviço Público.

Ser Servidor Público é ser a última trincheira contra a desumanização, contra a exploração, contra o lucro, contra a apropriação dos recursos naturais por pessoas inescrupulosas, contra o abuso financeiro.

Ser Servidor Público é defender o Estado, defender o Serviço Público. E não é uma tarefa fácil, pois o Serviço Público é alvo de ataques de todos os lados no mundo inteiro, pois os mercenários querem o Estado para si para ter mais lucro e escravizar mais. É a diminuição do orçamento público, é desestabilização, é o ataque aos próprios Servidores Públicos, é o ataque à Previdência Pública, é o ataque ao Judiciário Público, à Educação Pública, à Saúde Pública.

Ser Servidor Público é mostrar para as pessoas que um mundo melhor, diferente, sem lucro, sem exploração, é possível. É possível um mundo sem água oxigenada no leite, sem trabalho escravo, sem a extinção de animais e plantas, sem miséria, sem fome (enquanto você lê este texto, um bilhão de pessoas estão passando fome).

Ser Serviço Público é dizer NÃO, porque sim qualquer um diz a toda hora.

E por que a gente se tornou Servidor Público?

Errou. Não é pela estabilidade. Não é pelo salário (a maioria dos Servidores Públicos ganha uma merreca). Muitos acham que somos movidos pela razão e pela relação com o dinheiro. Não. Somos movidos pela paixão. Repasse sua vida. Todas as suas atitudes foram tomadas, aparentemente, pela razão, mas não é verdade. Namoramos, casamos, temos filhos e fazemos tudo não pela razão, mas pela paixão. Quando queremos alguma coisa com paixão, sempre vamos atrás, custe o que custar. A razão vem depois.

Quem entrou no Serviço Público e aqui ficou, é porque tem algo que o segurou. É paixão pelo coletivo, é a paixão de servir aos outros e não ser servido, é a paixão de não ser escravo de ninguém, é a paixão de não ser proprietário e também não ser escravo, é a paixão de não ser propriedade de ninguém. É a paixão de saber que ninguém é de ninguém e pessoas não são semoventes, não são meros números de balanço patrimonial.

Quem não pensa assim, por mais que ganhe, acaba abandonando o Serviço Público e vai para o setor privado, procurar o lucro, procurar se enriquecer, já que no Serviço Público ninguém ficará milionário.

Se não fosse assim, porque agüentamos uma carga horária desumana, porque levamos trabalho para casa, porque, mesmo sem condições de Trabalho, ainda insistimos em ser Servidor Público?

É simples a resposta. Todos nós, que um dia nos tornamos Servidores Públicos, tínhamos um princípio simples e paradoxal: a liberdade, ser livre, não ser escravo de ninguém e não sendo escravo de ninguém, preferimos ser escravos de todos, já que servimos, porque somos Servidores Públicos.

Você é especial. Talvez não tenha percebido, mas você é diferente, você é Servidor Público.

Por isto tudo, Parabéns pra você, Servidor Público, que carrega o Serviço Público nas costas, que cuida do Estado, que sonha com um mundo melhor. Parabéns pra você que planta flores coletivas no jardim das outras pessoas e nem imagina que quando chega a primavera algumas das flores plantadas tem o seu nome. A primavera é coletiva. Não tem dono, não tem marca. A flor do seu Trabalho no Serviço Público também não, porque não lhe pertence, porque não pertence a ninguém, e ao mesmo é de todo mundo. Pra você que semeia muito além do seu jardim, Parabéns.

PARABÉNS SERVIDOR PÚBLICO.
28 de Outubro de 2008, dia do Servidor Público.

==========================

Autor: Pedro Aparecido de Souza

Artigo: "Servidor Público: muito além do nosso jardim"

Artigo: "Servidor Público: muito além do nosso jardim"
.
Uma homenagem aos Servidores Públicos"

Artigo em forma de vídeo
  1. Serviço Púbico

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Quando a Administração Pública se aproxima da privada

Artigo publicado na Revista Jurídica Netlegis, em 22.04.2008
Para ler o artigo diretamente na Revista Jurídica Netlegis, aperte na ligação abaixo:
Ou leia aqui:
=========================

Quando a Administração Pública se aproxima da privada

Pedro Aparecido de Souza

É muito comum a comparação entre a Administração Pública e a administração privada. Aquela seria muito incompetente e esta muito competente.

Não é necessário e nem possível fazer comparações. Os objetivos da administração pública e da administração privada são totalmente diferentes, pois a primeira tem como objetivo a sociedade e a segunda tem como objetivo o lucro.

Seria como comparar as funções de uma manga na mangueira e a grama que está no chão ao redor do pé de manga. Cada um tem uma função importante, mas não é possível aplicar as mesmas regras de criação, sustentabilidade, crescimento, produção e morte para os dois.

Algumas coisas são comuns, mas as especificidades da manga e da grama determinam a função de cada um. Portanto, algumas técnicas podem ser aplicadas para as duas, mas a maioria das características de cada uma é absolutamente diferente da outra.

No capitalismo a Administração Pública tem como objetivo a satisfação das necessidades dos grupos que dominam econômica e politicamente o Estado, sendo que os interesses da coletividade somente são efetivados, se existir interesse da classe econômica dominante.

Em alguns casos haverá o interesse da coletividade respaldada, para legitimação da Administração Pública, pois se a Administração Pública não servir de vez em quando a coletividade muitas revoltas ocorrerão. Isto colocaria o sistema em perigo.

Por outro lado, no neoliberalismo, um dos principais princípios é o Estado Mínimo, ou o sucateamento total do Estado. Assim, as gordas fatias do Serviço Público podem ser doadas, leiloadas para a administração privada.

Como a administração privada não pode vender mercadorias para os consumidores de Marte, e não havendo consumidores ao infinito, a ferocidade da administração privada se volta para a Administração Pública, privatizando e doando a Administração Pública para os leões.

Isto é facilmente comprovado (que as limitações das vendas estão em perigo). Para aumentar os lucros, coloca-se água oxigenada e soda cáustica no leite para que o mesmo possa aumentar de volume e aumentar a longevidade. O cidadão consumidor? Que vá beber leite em outra freguesia.

Diante desse quadro é quase um milagre que a Administração Pública ainda esteja em pé, tendo em vista a verdadeira caçada aos Trabalhadores no Serviço Público e ao próprio Serviço Público no Brasil e na maioria dos países. A imprensa tem donos e seus donos também lutam para que não haja concorrência da administração pública no seu meio e também aplaudem o sucateamento do Estado.

A defesa da Administração Pública, desde a estréia do Chile, como cobaia neoliberal, passando por Reagan e Margareth Thatcher, até chegar a Fernando Henrique e Lula, dando prosseguimento à aplicação do Estado neoliberal, coube aos Sindicatos e Movimentos Sociais. As doações de Fernando Henrique como a Vale do Rio Doce por cerca de dois bilhões de reais, a privatização de Lula nas rodovias federais, a privatização através dos leilões de poços de petróleo da Petrobrás, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) de Lula, e assim por diante, todas foram e são denunciadas e combatidas por esses Movimentos Sociais.

Quanto à incompetência, a administração privada é um grande modelo a ser seguido. Vamos aos fatos.

Empresa telefônica deveria atender telefonemas. Certo? Errado. Empresa multinacional telefônica que não atende ao telefone? Como se pode admitir que ligações para operadoras de telefone durem mais de hora sem conseguir resolver um problema qualquer? Já experimentou cancelar a sua linha telefônica? Precisou até de regulamentação do Governo para obrigá-las a atender as solicitações dos clientes.

É como ir num açougue, nunca ser atendido pelo dono ou funcionários e nunca encontrar carne. E quando encontra carne, você tem que comprar carne naquele açougue por 12 meses (fidelidade). Se você não for fiel por 12 meses, você paga a carne mais cara. E o pior: se lá no sexto mês você for comprar carne no outro açougue, tem que pagar uma multa.

Tem mais. Tem que comprar no mínimo 5 kg/bites por dia de carne. Se comprar menos paga do mesmo jeito (é o pacote). Outra coisa, se você quiser comprar carne com osso tem que pagar adiantado o equivalente a dois ou três meses de consumo. Isso mesmo. Se você quiser comer carne com osso e comer pouca carne tem que entrar no pré-pago. Paga tudo antes e se você não quiser comer toda a carne desses três meses, perde o seu dinheiro.

Mas você pode reclamar (com a secretária eletrônica do açougue). Mas o pior ainda é se você não quiser mais comprar carne naquele açougue e quiser cancelar o seu contrato (que você nunca assinou, pois é virtual). Aí o bicho pega, pois para você parar de comprar a carne naquele açougue você terá que ligar durante um mês (se antes você não entrar em depressão) e, enquanto você não conseguir cancelar o contrato você será obrigado a comprar mais carne durante aquele período até que você consiga o protocolo que você não quer mais carne.

É surrealista. Mais parece “O Processo” de Franz Kafka. No entanto, ao contrário de “O Processo”, o cenário não é da Administração Pública. O nosso caso ocorre na administração privada. O personagem Josef K., de “O Processo” não consegue entender por que não consegue se livrar do processo contra ele. Nós não conseguimos se livrar da linha telefônica da operadora. Se lá no décimo sexto dia, você está pendurado no telefone há mais de três horas, furioso, tentando dizer que não quer mais a linha telefônica, se a secretária (eletrônica) disser que cancela o contrato se você se declarar culpado por ter matado John Kennedy, certamente, você confessa na horinha, mesmo tendo você nascido em 1964 e Kennedy tendo sido assassinado em 1963.

Essa é a competência da administração privada. Belo modelo de gestão e respeito pelos clientes.

Para quem não gosta de fila, não vá conversar com o seu gerente no seu banco privado, pois pode perder a sua tarde inteira de trabalho (só atende você à tarde). Não vá comprar um aparelho celular na sua operadora preferida, pois pode ficar mais de quatro horas na fila.

Mas pelo menos podemos reclamar do péssimo atendimento na administração privada. Sim, podemos ligar para aquela secretária (eletrônica) que vai mandar a gente apertar 10.000 botões e depois a linha cai e brigamos com a secretária (eletrônica) e novamente somos obrigados a apertar mais botões.

O Serviço Público ainda tem muitas deficiências, em que pese a tremenda sabotagem que ele sofre, pois o objetivo é a privatização (veja as falcatruas das Fundações nas Universidades Públicas). Mas afirmarmos que a Administração Pública é mais incompetente que a administração privada é cinismo.

Há muito que melhorar na Administração Pública, sem dúvida nenhuma. Hoje temos Serviços Públicos de primeira qualidade para a população, assim como temos serviços excelentes oferecidos por algumas administrações privadas, e temos também serviços de péssima qualidade na Administração Pública, assim como na administração privada.

As famosas parcerias e convênios entre Administração Pública e administração privada só beneficiam a administração privada. É o famoso contrato caracu. Um é o pasto (a Administração Pública) e o outro (administração privada) é o boi.

Já sabemos quem levará vantagem nessas “parcerias e convênios”.

Ou seja, quando a Administração Pública se aproxima da privada, já sentimos o cheiro de longe. Afinal privada é privada, pública é pública. Como sabemos que privada pública não cheira bem, é melhor a Administração Pública ficar bem longe da administração privada.

A Administração Pública deve ficar bem longe da administração privada e muito perto dos(as) usuários(as) que utilizam o Serviço Público, pois é com estes e estas que a Administração Pública deve ter parceria e convênio.

As primeiras impressões são falsas. Há muita coisa boa na privada. Na pública também.

Pedro Aparecido de Souza é colunista da Revista Jurídica Netlegis